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Incêndio perto de gasoduto assusta moradores no Amazonas

O forte verão tem ressecado a vegetação da Região Metropolitana de Manaus, o que levou a incêndios próximos ao corredor do gás natural em Iranduba

23/10/2018 às 16h54
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Em Tempo
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Divulgação
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O intenso registro de incêndios em áreas de vegetação tem tirado o sono de quem mora nas proximidades desses locais da Região Metropolitana de Manaus. Recentemente, após a capital amanhecer completamente encoberta por fumaça proveniente dessas queimadas, a reportagem compareceu em Iranduba e constatou que o problema não é apenas com relação à saúde das pessoas e ao prejuízo ao meio ambiente, mas também com as tubulações de gás natural que passam por baixo das terras em chamas.

De acordo com o vendedor de pescado Jonas Araújo, 32, que trabalha com o sogro à beira da rodovia AM-070, que liga Manaus a Manacapuru, os focos de incêndio estão ocorrendo diretamente sobre a rede de gás natural, o que assusta. “Como você pode ver, abriram a floresta para colocar os tubos com gás debaixo da terra. Mas, mesmo que as tubulações fiquem soterradas, estamos falando de gás, que é um material super inflamável. Já pensou se acontece um vazamento e esse gás entra em contato com o fogo? Vai ser um Deus nos acuda, porque tem muito gás passando por debaixo da terra”, questionou o homem.

Outra moradora do Cacau Pirêra que está preocupada com o risco cada vez mais iminente, é a dona de casa Jacira Cruz. “É preciso que o governo faça alguma coisa e tome alguma providência, porque não podemos correr esses riscos. O fogo passa por cima das tubulações e isso causa uma grande aflição com a gente que mora perto dessas tubulações. Nunca vejo ninguém vindo aqui e fiscalizando, nunca vieram na minha casa tranquilizar a gente”, explicou a mulher.

Para se ter uma ideia, segundo informações do tenente-coronel Reinaldo Menezes, do Corpo de Bombeiros militar do Amazonas (CBMAM), ao todo mais de 100 focos de incêndio são registrados em todo o Amazonas diariamente. “As causas são as mais comuns, desde o próprio calor, que facilita a combustão, até o mau hábito da constante queima de lixo, que é muito comum no interior”, explica.

Embora parte da população fique amedrontada com o fogo passando sobre as tubulações de gás, de acordo com o gerente de operações da Cigas, Flávio Fernandes, um complexo estudo foi realizado antes do início da instalação das tubulações, para que os impactos e prejuízos fossem os menores possíveis. Por mais que incêndios próximos a esses lugares sejam registrados, ele garante que não há o risco de acidentes e explosões nas tubulações de gás natural.

“Nossa rede está, no mínimo, a um metro e vinte de profundidade sempre. Procuramos colocar as nossas tubulações em locais em que esses tipos de situações, como queimadas, sejam evitadas. Além disso, a nossa rede está longe de áreas que possam sofrer algum tipo de degradação ou algo parecido. Sempre tentamos causar o menor impacto ambiental possível nos locais onde implantamos a nossa rede de gás”, diz Flávio.

Além do cuidado com os locais por onde a rede de gás é distribuída, o gerente explica ainda que diversas inspeções são feitas diariamente a fim de se evitar futuros acidentes.

“Com as inspeções conseguimos nos antecipar de algumas situações como essas de queimadas, erosões, ou alguma coisa que possa de alguma forma vir a interferir as nossas instalações e também evitar que terceiros possam fazer algum tipo de atividade próximo a nossa rede”, aponta.

O gerente reconhece que a empresa está sujeita a problemas, mas garante que há uma rotina de inspeções que minimizam os riscos. “Temos ainda a nossa rede de monitoramento com câmeras, onde podemos identificar o que está acontecendo com alguns equipamentos nossos que são mais estratégicos para a operação a nossa empresa”, conta.

Consumo

O gás natural deve se tornar o combustível cada vez mais consumido por todos os setores da sociedade. Logo após a crise econômica, a tendência de aumento no consumo começou a ser percebida. No Amazonas, por exemplo, na contagem que se iniciou em janeiro de 2017, até janeiro deste ano, o uso dessa composição em todos os setores aumentou 28,5%.

Os dados são da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) e foram colhidos em levantamento realizado com concessionárias em 20 estados, reunindo dados em diversos segmentos, como residencial, comercial e automotivo, entre outros.

De acordo com o levantamento, em janeiro de 2017, o Amazonas consumiu cerca de 2,639 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia (m3/dia). Esse número aumentou para 3,392 milhões m3/dia.

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