Claudemir Lima de Paula Rodrigues, de 30 anos, um dos cinco envolvidos no assalto a uma lotérica, na Zona Leste de Manaus - e único dos suspeitos a sobreviver -, já respondia pelo crime de furto qualificado e era considerado foragido, segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJ-AM). Ele se entregou à polícia após horas de negociação e deve responder, agora, por roubo majorado.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Amazonas, o suspeito foi condenado, em 2017, a dois anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, pelo crime de furto qualificado. Em maio do mesmo ano ele deixou de se apresentar à Justiça e passou a ser considerado foragido. Diante da notificação de fuga, o Ministério Público pediu a regressão da pena para o regime fechado, motivo pelo qual foi expedido o mandado de prisão que se encontrava em aberto.
Além disso, segundo o TJ-AM, há outro processo em nome de Rodrigues pelo porte ilegal de arma de fogo.
Depois de ser detido no último sábado (13), após assalto a uma casa lotérica que envolveu outros quatro assaltantes e 25 reféns, o homem foi encaminhado para audiência de custódia. Na noite de domingo ele teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva. Do Fórum de Justiça, ele foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDPM), no Km 8 da BR 174 (Manaus-Boa Vista).
Assalto à lotérica
O assalto ocorreu na tarde de sábado (14). Ao todo, 25 pessoas foram mantidas como reféns. Alguns reféns chegaram a ser liberados, mas outros ficaram dentro da lotérica com os assaltantes, que usaram as vítimas para sair do local em uma espécie de "escudo humano". Em seguida, os homens trocaram tiros com os policiais - quatro morreram. Rodrigues se entregou e foi preso.
Depois de quase três horas, os bandidos decidiram sair da loteria. Mas não sozinhos. De braços dados, os reféns foram feitos de "escudo humano".
Os assaltantes caminharam com os reféns por cerca de um quilômetro e meio. Entraram nem uma rua e, na esquina, a polícia fechou o cerco. Um dos assaltantes foi atingido com um tiro e o escudo se desfez.
Quatro armas e mais de 30 munições foram apreendidas após o assalto. Em coletiva de imprensa, o coronel Amadeu Soares, Secretário de Segurança Pública (SSP-AM), confirmou a prisão do único suspeito que não morreu na ocorrência, e disse que todos estavam sob efeito de ntorpecentes.
"Eles chegaram a pedir drogas várias vezes. Estavam exaltados. [Um dos suspeitos] viu que não ia vir nada que ele estava pedindo, [mas pediu até] carro", afirmou o titular da SSP-AM.
Vinte e cinco pessoas foram feitas reféns no assalto. Uma pessoa que passava pelo local ficou ferida, mas ainda não se sabe se ela foi atingida por um tiro, já que os assaltantes efetuaram disparos de dentro da casa lotérica.
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