A Ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve julgar já nos próximos dias o recurso ordinário impetrado pela defesa do governador do Amazonas, José Melo (Pros) e de seu vice, Henrique Oliveira (SDD), contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), que cassou por unanimidade em janeiro deste ano os mandatos de Melo e Henrique por compra de votos.
Na tentativa de reverter a condenação, a defesa de Melo e Henrique ingressou com recurso ordinário no TRE-AM, que enviou o documento ao TSE. Porém, ao que tudo indica, a magistrada negará o recurso da defesa e consequentemente afastará imediatamente Melo e Henrique de seus respectivos cargos. Quem deverá assumir interinamente o comando do estado é o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Josué Neto (PSD), até a posse do ex-ministro de Minas e Energia e atual senador, Eduardo Braga (PMDB), segundo colocado nas eleições de 2014. Não há possibilidades de haver novas eleições após o afastamento do governador.
A saída de Melo é o fim de um dos governos mais corruptos que o estado do Amazonas já teve. No domingo passado, por exemplo, o programa Fantástico, da Rede Globo, voltou a denunciar o governador José Melo. Desta vez, a reportagem mostrou detalhes de como funcionou o esquema de corrupção envolvendo toda a estrutura da Polícia Militar para eleger o governador nas eleições de 2014. Os depoimentos e as gravações foram feitas pela Polícia Federal.
Para a PF, não há dúvidas de que Melo e Henrique foram eleitos de forma ilegal. O Ministério Público Federal também afirma que José Melo usou a estrutura do governo para comprar votos.
Além disso, Melo é alvo de inúmeras acusações, entre elas desvio de dinheiro e superfaturamento em obras públicas, contratos fraudulentos, obras e funcionários fantasmas, e muito, mas muitos outros problemas.
A verdade é que desde que Omar Aziz e José Melo assumiram o comando do Amazonas, o estado entrou num mar de lama e a população passou a sofrer em todas as áreas. A saúde está um caos, com várias unidades de saúde fechando as portas, após cortes feitos pelo governador José Melo, além de hospitais superlotados, funcionando sem remédios e sem equipamentos. A educação vai de mal a pior, pagando o preço por obras inacabadas, como a Cidade Universitária, projeto de Omar Aziz que até hoje não saiu do papel, mas que já torrou mais de R$ 90 milhões. A segurança está praticamente falida, assim como a economia.
A queda de Melo do governo significa a maior derrota para o grupo político liderado por Omar Aziz, que além de perder o comando do Amazonas, poderá ser preso na Operação Lava Jato, já que o senador foi citado na delação premiada de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez.
Significa também que os amazonenses vão voltar a ter uma vida normal.
Que a justiça seja feita!
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