A Agência Nacional de Saúde (ANS) autorizou a alienação (venda) compulsória (obrigatória) da Unimed Manaus e sua carteira de cerca de 135 mil clientes, num prazo de 30 dias.
O anúncio de que a Central Nacional Unimed (CNU) estava se preparando para esse negócio foi negado pelo presidente da Unimed, Sérgio Ferreira. A notícia está agora confirmada pelos fatos.
Mas a alienação mudou a face do negócio. A Unimed Manaus queria fazer a venda voluntária para a CNU. Só que, devido a problemas burocráticos, o negócio nçao foi fechado a tempo e veio a alienação obrigatória.
Na venda voluntária, o cliente da Unimed não seria afetado. Na alienação compulsória, como acaba de autorizar a ANS, o comprador ainda estará sujeito a manter os preços antigos.
Leilão
A última opção da ANS, caso nenhum plano queira comprar a Unimed em 30 dias, é a venda em "oferta pública". Esse caso seria ainda mais prejudicial ao consumidor. Qualquer plano de saúde, que demonstre capacidade, pode assumir a carteira. Basta não estar em "direção fiscal" que a ANS aceita. O novo administrador pode ser autorizado, segundo especialista ouvido pelo portal, a reajustar os planos de todos os clientes. Novos e antigos.
Surpresa
A resolução da ANS pegou de surpresa a diretoria da cooperativa. Nesta segunda (25/06) haverá uma reunião , às 18 h, do Conselho de Administração (Conad) a diretoria para discutir a questão.
Pela manhã, os diretores se reiniram na 51ª Procuradoria de Defesa do Consumidor (51ª Prodecon). Eles teriam dito à promotora Sheyla Andrade, que têm dois caminhos a seguir. O primeiro seria de os associados (médicos) aportarem mais recursos na Unimed. Esse caminho está descartado porque os médicos não aceitam mais endividamentos. O segundo, que tentarão levar à ANS, é de venda voluntária para a CNU.
"A CNU sabe que precisa evitar a venda para outra empresa de seguros. Bradesco ou Sul América Seguros não tem interesse. A HapVida, que já é líder do mercado amazonense, têm dinheiro e quer comprar. Mas isso repercutiria negativamente em todas as Unimeds do Brasil", disse uma fonte que estuda a questão.
Dívidas
A Unimed Manaus passou por uma série de administrações calumitosas. Para completar, perdeu processo contra a União, onde alegava isenção de certos impostos,. Agora está afundada em dívidas. O passivo é superior a R$ 500 milhões.
Os principais problemas decorrem da compra da carteira IBBCA, deficitária. Adquirida por 5 milhões, ela acumulou prejuízos de R$ 60 milhões, até ser devolvida.
Há também dívidas fiscais coma Receita Federal e município de Manaus. Só estes dois itens ultrapassam R$ 280 milhões.
O débito com prestadores de serviços, entre os quais os próprio médicos cooperados, cobre o restante do déficit acumulado."Esse meio bilhão de reais é impagável nas condições atuais", diz uma fonte da Unimed.
A ANS não retirou a "direção fiscal", mas apenas retirou o impedimento para a Unimed Manaus vender novos planos. É o regime de direção fiscal que, agora, determina a alienação compulsória (obrigatória) da carteira.
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