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Donald Trump e Kim Jong-un têm encontro histórico em Singapura

A reunião debaterá o fim do programa de armas nucleares e balísticas da Coreia do Norte, cujas ambições têm sido uma fonte de tensão há décadas.

11/06/2018 às 22h37 Atualizada em 12/06/2018 às 11h04
Por: Jéssica Senna Fonte: G1
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Pela primeira vez na história, líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte se encontraram pessoalmente para tentar chegar a um consenso sobre o desmonte do programa nuclear e balístico da fechada ditadura comunista, em troca de alívio econômico para o país hoje afetado por duras sanções. O esperado e histórico encontro de Donald Trump e Kim Jong-un começou nesta segunda-feira (11), já terça-feira, 12 de junho, em Singapura.

O local do encontro é o luxuoso hotel Capella, na ilha de Sentosa, que é famosa por suas praias turísticas e seus campos de golfe espetaculares. Singapura designou partes de sua região central como uma "zona especial", onde os procedimentos de segurança estão mais rigorosos. O espaço aéreo sobre a rica cidade-Estado está temporariamente restrito durante partes dos dias 11, 12 e 13 de junho.

 

Quando se sentou ao lado de Kim, Trump disse ter esperança de que a cúpula será "tremendamente bem-sucedida". "Teremos um ótimo relacionamento pela frente", acrescentou. O ditador norte-coreano disse em seguida que havia uma série de "obstáculos" para o encontro. "Nós superamos todos eles e estamos aqui hoje", disse a repórteres, por meio de um tradutor.

A reunião debaterá o fim do programa de armas nucleares e balísticas da Coreia do Norte, cujas ambições têm sido uma fonte de tensão há décadas. Além do encontro de Trump e Kim, estão previstas diversas reuniões entre representantes dos dois países ao longo de cinco dias.

Os EUA, temendo o desenvolvimento de mísseis nucleares que poderiam atingir o país, pedem a desnuclearização "completa, verificável e irreversível" da Coreia do Norte. Como resultado, a Coreia do Norte pode comprometer-se a apresentar um relatório sobre o atual arsenal e permitir uma verificação internacional completa.

De sua parte, Kim Jong-un parece tentar salvar a economia norte-coreana que vem sofrendo o impacto das sanções impostas pelos EUA e pela ONU. Ele disse que deseja "avançar para uma desnuclearização da península coreana", mas por meio de um processo "passo a passo", com garantias de segurança e incentivos diplomáticos e econômicos.

Antes do diálogo, provocações

O inédito encontro entre os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte ocorre, paradoxalmente, poucos meses depois do acirramento das tensões entre os dois países.

Somente em 2017, primeiro ano de Trump na Casa Branca, os norte-coreanos lançaram 23 mísseis. Em um deles, em novembro, a Coreia do Norte anunciou ter testado um projétil capaz de alcançar "todo o território dos Estados Unidos", segundo a emissora de TV estatal KCTV.

Em resposta, Trump anunciou sanções contra 56 empresas da Coreia do Norte, que, segundo ele, significavam "as mais importantes" já impostas a Pyongyang.

Trump também usou o Twitter para rebater as ações e os discursos de Kim Jong-un. Após o ditador da Coreia do Norte dizer que tem sempre à mesa um botão nuclear, o presidente dos Estados Unidos rebateu: "Eu também tenho um botão nuclear, mas é um muito maior e mais poderoso que o dele. E o meu botão funciona!"

Tensões se dissiparam

A tentativa de aproximação entre as coreias do Sul e do Norte — aquecida, inclusive, pela união dos dois países na abertura da Olimpíada de Inverno — levou, em abril, os líderes das nações separadas a um encontro histórico em que ambos os lados discutiram a desnuclearização da península.

Enquanto ocorriam as negociações para o encontro coreano. Trump surpreendeu ao dizer que Kim Jong-un o havia convidado para reunião — e que ele havia aceitado o convite.

Trump, que não participou do anúncio, comentou no Twitter. "Kim Jong Un falou sobre a desnuclearização com os representantes sul-coreanos, não apenas um congelamento. Além disso, nenhum teste de mísseis pela Coreia do Norte durante esse período. Grandes progressos estão sendo feitos, mas as sanções permanecerão até que um acordo seja alcançado. Reunião sendo planejada!", escreveu.

Pouco tempo depois, o então diretor da CIA e atual secretário de Estado americano, Mike Pompeo, viajou para a Coreia do Norte, onde teve um encontro secreto com Kim Jong-un, mostrando um avanço nas relações entre os dois países. Ele voltou de lá com três americanos que tinham sido detidos por Pyongyang por suspeita de atividades anti-estatais.

Na carta divulgada nesta quinta, Trump agradece pela libertação dos americanos: "Quero agradecê-lo pela libertação dos detidos que agora estão em casa com suas famílias. Aquele foi um bonito gesto e foi muito apreciado", afirma o presidente na carta.

Encontro quase não ocorreu

Porém, em maio, a Coreia do Norte suspendeu as conversações de alto nível com a Coreia do Sul, citando como motivo exercícios militares conjuntos de Seul com os EUA. O governo norte-coreano vê os exercícios como um treino de invasão do seu terrritório e uma provocação em meio à melhora de relações entre as duas Coreias.

O regime de Kim Jong-un já tinha colocado em dúvida realização da cúpula prevista com Trump. E, em 21 de maio, Trump disse que o encontro histórico poderia atrasar ou não acontecer caso certas condições não sejam cumpridas - embora não tenha explicados que condições seriam estas.

Trump, então, chegou a cancelar a reunião. "Estava muito ansioso para me encontrar com você", disse o presidente dos Estados Unidos em uma carta dirigida ao líder norte-coreano, que foi divulgada pela Casa Branca.

"Infelizmente, com base na enorme raiva e hostilidade aberta exibida em sua declaração mais recente, sinto que é inadequado, neste momento, ter essa reunião planejada há muito tempo", afirmou.

A pressão dos Estados Unidos surtiu efeito. Menos de duas semanas depois de cancelar o encontro, Trump voltou a confirmar a reunião para 12 de junho, em Singapura. O anúncio ocorreu após uma reunião entre o republicano e o braço-direito de Kim Jong-un, Kim Yong-chol, na residência oficial americana.

"Acho que provavelmente será um processo muito bem-sucedido", afirmou Trump após remarcar a reunião.

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