Um total de 36 turistas brasileiros que estavam retidos em território venezuelano foram liberados, na noite deste domingo, após tratativas diplomáticas antre os governos do Brasil e da Venezuela.
Os brasileiros haviam atravessado a fronteira acompanhados de dois guias para escalar o monte Roraima. No retorno, a fronteira estava fechada, e ficaram retidos em Santa Elena, no lado venezuelano. Eles estavam na Venezuela desde o último dia 15.
Segundo o exercício brasileiro, os turistas ingressaram no Brasil às 23h deste domingo, e foram recebidos por militares e policiais federais. Ainda durante a madrugada, eles seguiram para Boa Vista, capital de Roraima, e de lá seguirão para seus respectivos estados.
Maduro ordenou o fechamento da fronteira com o Brasil na última quinta-feira, depois de o governo do presidente Jair Bolsonaro confirmar sua colaboração na operação de ajuda internacional organizada pela oposição venezuelana. No sábado, data marcada para o ingresso dos alimentos e medicamentos na divisa, militares reforçaram o cerco na fronteira e bloquearam rotas alternativas pelas quais circulavam pessoas que desejavam passar de um país para outro. Duas camionetes provenientes de Boa Vista chegaram a solo venezuelano, mas não passaram do cordão militar na alfândega venezuelana.
Enquanto a oposição apelava os militares deixarem passar a ajuda internacional, o governo de Nicolás Maduro se reunia com milhares de apoiadores em Caracas e criticava a operação como um pretexto para uma intervenção americana no território. ONGs e opositores acusaram grupos armados pelo regime de abrirem fogo contra moradores de Santa Elena, perto da fronteira com o Brasil.
Pelo menos quatro pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas em Santa Elena. Na divisa com a Colômbia, houve 285 feridos e pelo menos um caminhão de ajuda queimado. A forte reação do governo de Maduro fez o líder opositor Juan Guaidó pedir a países aliados que considerassem "todas as opções" contra o governo de Caracas. Ele e representantes de outros 14 países do continente se reúnem nesta segunda-feira em Bogotá, no Grupo de Lima, para decidirem os próximos passos da ação na crise. O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, afirmou que o Brasil vai manter a linha de não intervenção no vizinho.
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