Publicidade

Cinco mil venezuelanos deixaram o país a cada dia de 2018, diz ONU

Número de imigrantes de nação sul-americana abatida por crise política e econômica chega a 3,4 milhões; Colômbia abriga 1,1 milhão e Brasil, 96 mil.

22/02/2019 às 15h59
Por: Daniel Lima Fonte: O Globo
Compartilhe:
EDGARD GARRIDO 20-02-2019 / REUTERS
EDGARD GARRIDO 20-02-2019 / REUTERS

Cerca de 2,7 milhões de venezuelanos deixaram seu país desde o agravamento da situação econômica e política em 2015, estimou a ONU nesta sexta-feira. No total, há 3,4 milhões de venezuelanos vivendo no exterior, dos quais 700 mil saíram antes de 2015. As Nações Unidas apontaram ainda que o fluxo de saídas do território não diminui, em meio aos embates de poder entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição.

Em comunicado conjunto, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) informaram que cerca de 2,7 milhões de venezuelanos encontraram refúgio em países vizinhos, como Colômbia e Peru. O restante migrou para outros países de fora da América Latina.

Em média, no ano de 2018, cinco mil pessoas deixaram a Venezuela a cada dia.

Com base nesses números, a ONU declarou em dezembro que espera que o número de pessoas fugindo do país atinja 5,3 milhões no fim deste ano.

Colômbia foi o vizinho que mais recebeu imigrantes venezuelanos. Abrigou 1,1 milhão destes refugiados e migrantes, seguida pelo Peru, com 506 mil pessoas; e Chile, com 288 mil. O Equador recebeu 221 mil venezuelanos; a Argentina, 130 mil; e o Brasil, 96 mil.

— Os países da região estão demonstrando grande solidariedade em relação aos refugiados e migrantes da Venezuela (...) Mas esses números ressaltam os desafios que pesam sobre as comunidades de acolhida e as necessidades permanentes de apoio da comunidade internacional —  declarou Eduardo Stein, representante especial do Acnur e da OIM para os refugiados e migrantes da Venezuela.

O êxodo de venezuelanos que fogem da situação econômica desastrosa no país é considerado pela ONU o mais maciço da história recente da América Latina.

A Venezuela, que possui as maiores reservas de petróleo do mundo, tem as finanças asfixiadas por uma profunda crise econômica. Maduro culpa a imposição de sanções americanas ao regime pelas restrições financeiras, que impuseram à população o desabastecimento de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos.

Em janeiro deste ano, a Assembleia Nacional venezuelana (AN) declarou Maduro "usurpador" do poder, ao não reconhecer sua vitória eleitoral, marcada por abstenção de 54%, denúncias de fraude e boicote da oposição. Neste contexto, o líder do Parlamento, Juan Guaidó, se proclamou presidente interino do país e assumiu a responsabilidade de conduzir um governo de transição na Venezuela, apoiado por mais de 50 países, como EUA e Brasil.

A oposição agora aposta na articulação da entrega de doações estrangeiras na Venezuela por meio das fronteiras de Colômbia e Brasil. Não só para atenuar o sofrimento do povo local, mas também para tentar sensibilizar membros das Forças Armadas venezuelanas, hoje o principal pilar de sustentação de Maduro no poder. A cúpula militar jura lealdade ao líder bolivarino, que condena a ajuda internacional como um pretexto dos EUA para derrubá-lo.

Nesta quinta-feira, Maduro anunciou o fechamento da fronteira com o Brasil, em Roraima, e ameaçou fazer o mesmo com a da Colômbia. Enquanto isso, Guaidó e outros 77 deputados partiam em caravana para a divisa colombiana, onde acompanharão a operação de entrega das doações ao lado de chefes de Estado e de autoridades estrangeiras críticas a Maduro.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
°

Mín. ° Máx. °

° Sensação
km/h Vento
% Umidade
% (mm) Chance de chuva
20h00 Nascer do sol
20h00 Pôr do sol
Sáb ° °
Dom ° °
Seg ° °
Ter ° °
Qua ° °
Atualizado às 20h00
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,24 -0,03%
Euro
R$ 5,58 -0,07%
Peso Argentino
R$ 0,01 +0,43%
Bitcoin
R$ 357,474,07 +1,36%
Ibovespa
124,196,18 pts 0.02%
Publicidade