Os principais aliados do presidente venezuelano, Nicolás Maduro , condenaram nesta sexta-feira a entrada de ajuda internacional anunciada pela oposição venezuela para este sábado. O autoproclamado presidente interino Juan Guaidó articulou a entrega de produtos básicos pelas fronteiras de Brasil e Colômbia, bloqueadas pelo regime de Caracas, que vê na operação uma tentativa de intervenção americana. No mesmo tom, a Rússia criticou um suposto "pretexto para ação militar" e a China criticou a imposição de ajuda.
Moscou acusou os Estados Unidos de usarem a ajuda internacional como um meio "cômodo" de derrubar o presidente Nicolás Maduro. A entrega de produtos e insumos é a principal aposta de opositores para sensibilizar militares venezuelanos, que hoje sustentam o líder bolivariano no poder.
— Uma perigosa provocação, de grande magnitude, inspirada e dirigida por Washington, a saber a entrada pela fronteira venezuelana de um suposto comboio humanitário está prevista para 23 de fevereiro — declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zajarova.
Zajarova destacou que o comboio de ajuda estrangeira "poderia gerar enfrentamentos e criar pretextos para derrubar o presidente Maduro pela força". À agência russa RIA, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia denunciou que os EUA deslocaram forças especiais e equipamento para perto do território venezuelano.
Sem apresentar provas, Moscou ainda acusou Washington e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de discutirem como armar a oposição da Venezuela.
A Chancelaria da China, por sua vez, destacou que a ajuda não deveria ser imposta à Venezuela para não causar violência. Pequim reafirmou que se opõe a qualquer intervenção militar no país sul-americano.
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