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'Se barragens romperem no AM, impacto pode superar o de MG', diz Ipaam

O diretor-presidente do Ipaam salientou que um impacto ambiental pode ser ainda pior que o de Brumadinho e Mariana

30/01/2019 às 09h23
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Em Tempo
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 Ione Moreno
Ione Moreno

 O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente alertou, nesta terça-feira (29), que todas as 29 barragens do Amazonas estão seguras. No entanto, ele ressaltou que, caso haja um rompimento de barragem de minérios, o impacto ambiental pode ser maior que o ocorrido em Brumadinho (MG). A avaliação foi feita durante coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (29), na sede do órgão.

Segundo Valente, o Ipaam não se pauta pela dramaticidade dos fatos. "O nosso risco é diferente do de Mariana e de Brumadinho, mas é preciso lembrar que estamos falando de natureza, que é instável. O nível de impacto pode ser maior, na mesma proporção ou até pior. Isso faz com que nós redobremos as atividades de atenção e fiscalização nessas áreas de mineração", completa.

Ainda assim, Valente garantiu que não há risco potencial de acontecer um desastre ambiental ao ocorrido em Minas Gerais na última sexta-feira (25). 

Ao todo, o Amazonas conta com 29 barragens, entre piscicultura, mineração, energia elétrica e outras. Desse total, oito são de mineração, sendo seis apenas de rejeitos, semelhantes às de Brumadinho e Mariana (MG). Esta última também sofreu rompimento em novembro de 2015.

As seis barragens do Amazonas estão localizadas na região do Pitinga, a 300 quilômetros de Manaus, e pertencem à Mineração Taboca S.A., que faz extração de estanho na região.

"Todas essas barragens possuem níveis de classificação. Isso vem de requisitos prévios onde agências e entes fiscalizadores, como a Agência Nacional de Mineração (ANM), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e até o próprio Ipaam, pautam os requisitos e classificam as atividades e os riscos de rompimento, que vão de baixo a alto risco", afirmou Juliano Valente.

Riscos minimizados

De acordo com o diretor-presidente do Ipaam, o desastre de Brumadinho não tem chances de se repetir no Amazonas por diversos fatores, como o geográfico, o layout fabril e a metodologia de contenção. "No caso de Minas Gerais, você tem uma área completamente montanhosa, acima do nível do mar. Já aqui no Amazonas, a planície amazônica está completamente no nível do mar", salientou.

Ainda segundo Valente, as atividades de mineração executadas pela Mineração Taboca S.A., são completamente diferentes das executadas pela Vale em Minas Gerais. "O layout fabril é diferente, e a concepção de estrutura de represamento de barragens também é diferente daqui. Todas as barragens estão localizadas em vales. Exemplificando: eu tenho uma bacia e um copo de água. Se a água transbordar ou o copo estourar por conta dos rejeitos, isso fica retido na bacia. Então, nós temos garantias de que o rejeito que possa dar problema de escoamento fique contido na área de contenção", completou.

Vigilância e fiscalização

Juliano Valente ainda afirmou que o Ipaam pretende fazer uma visita de fiscalização e monitoramento na Mineração Taboca nos dias 8 e 9 de fevereiro. Segundo ele, a visita foi pedida no dia 14 de janeiro, quando representantes da empresa se reuniram com os gestores do Ipaam na sede do órgão.

Valente ainda destacou que o Ipaam tem feito fiscalizações rotineiras na área de mineração da Taboca. "A visita seria, inicialmente, para conhecer as instalações da Mineração e as operações desenvolvidas pela empresa. Com o fato recente que aconteceu em Minas Gerais, o objetivo mudou. Agora vamos fazer uma visita de fiscalização, para saber realmente, de fato, se tudo está de acordo com o que pede a lei", destacou.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, salientou que o tema das barragens de rejeitos continuará em atenção direta e permanente dentro do Sistema Estadual de Meio Ambiente, por determinação do governador Wilson Lima. Segundo ele, o papel do Ipaam é garantir a segurança de que a mineração será um processo inevitável. 

"Não há material que escape a algum processo de mineração. O Governo do Amazonas não abrirá mão de requisito ambiental para atividade produtiva, mas fará todo o possível junto ao Ipaam para desburocratizar e agilizar os processos de licenciamento". 

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