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Com salários atrasados, terceirizados da saúde do AM fazem protesto

'Queremos nosso dinheiro', gritavam os manifestantes

22/01/2019 às 14h45
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Em Tempo
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Reprodução
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 Técnicos de enfermagem e enfermeiros terceirizados que trabalham em cooperativas que prestam serviços dentro de unidades hospitalares de Manaus realizaram uma  manifestação, na manhã desta terça-feira (21), em frente à sede do Ministério Público do Trabalho, situado na avenida Mário Ypiranga. Eles alegam que estão há meses sem receber o salário.

A manifestação começou por volta das 8h. Os terceirizados bloquearam a avenida por alguns minutos. Agentes do Manaustrans e Polícia Militar estavam monitorando o local. Às 9h30, o trânsito foi liberado e eles entraram no pátio do MPT com gritos de ordem do tipo “não queremos carnaval, a saúde é principal”, uma crítica ao repasse da verba do governo para o carnaval.

Segundo a técnica de enfermagem Eliomara Marinho, a empresa não paga o salário dela há pelo menos quatro meses. “A gente não está contra a empresa, mas queremos nossos salários. No momento, só estamos trabalhando por amor”, fala.

Eliomara e os colegas trabalham em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).“ É complicado trabalhar assim para uma empresa que não põe o FGTS”, diz a funcionária da terceirizada Sismed.

A técnica em enfermagem Alessandra Silva, de 32 anos, trouxe o filho de 4 meses para a manifestação. Ela trabalha no hospital Platão Araújo pela Segen e está há 5 meses sem receber o salário. De acordo com ela, foi pago metade referente ao mês de setembro e apenas parte do 13° salário.

“Eles estão rogando voluntários porque os técnicos e enfermeiros não têm mais condições de ir trabalhar”, denúncia. Mãe de outra criança de 5 anos, ela também conta emocionada que o marido está desempregado, e que está sendo sustentada pela mãe. “Eu não pago o aluguel há cinco meses. Sorte que não me despejaram. Mas tive que trancar a faculdade de enfermagem no 2° período por não ter condições de pagar”, relata.

Outro que está indignado com a situação é o técnico em enfermagem Moacir Portela. Ele trabalha na Nurse, empresa que atua no Adriano Jorge, e já está há dois meses sem receber.

"É bastante desestimulante trabalhar nessas circunstâncias. Temos contas para pagar”, lamenta. De acordo com ele, as empresas jogam a culpa no governo e, por outro lado, o governo joga a culpa nas empresas.O vale transporte, conforme Moacir, é depositado com atraso. “Nós acompanhamos o Portal da Transparência e vemos que tem valores milionários repassados, então, por que não pagam?”, questiona o técnico.

“Tem cirurgias sendo canceladas e o governador repassou verba para o carnaval. É revoltante”, conta Eurineuda Silva, técnica em enfermagem, que veio para a manifestação vestida de palhaça. 

Um representante de cada empresa está dentro do MPT em reunião com um representante do órgão.

Susam

O vice-governador e secretário estadual de Saúde, defensor Carlos Almeida, disse que o novo governo já vem tomando as providências para resolver a questão dos atrasos de salários de trabalhadores terceirizados da saúde e dívidas com as empresas, herdadas da gestão passada.

Almeida questionou a manifestação de técnicos de enfermagem, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv-Am), na manhã desta terça (22), uma vez que recebeu a demanda do sindicato em reunião com a diretoria há exatos oito dias e encaminhou todas para a tomada de providências.

“Seguimos com o compromisso do governador Wilson Lima de que os trabalhadores da saúde possam ter seus salários e seus direitos trabalhistas assegurados. Esse compromisso não é somente com o sindicato, mas com todos os trabalhadores e queremos dizer que existe um atendimento técnico sendo feito nesse sentido junto à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e outras instâncias”.

Almeida disse que está dando prioridade à questão, tanto que logo que assumiu, recebeu o Sindipriv. “No dia 3 de janeiro, um dia após nossa posse, eles protocolaram o pedido de reunião, que aconteceu dia 14, acolhemos as demandas e nos comprometemos em tomar as providencias com os encaminhamentos técnicos necessários. Tudo registrado em ata e assinado pela presidente do Sindpriv, Graciete Mouzinho e outros membros da diretoria. Além disso, tornamos público esse compromisso, com a  divulgação na imprensa e nas nossas redes sociais. Portanto, eu entendo que, se há uma demanda em atendimento, não há motivo para iriem à rua”.

Entre os compromissos assumidos pela Susam na reunião com o Sindipriv está a discussão da questão dos atrasos de pagamentos dos terceirizados da saúde com o Ministério Público do Trabalho (MPT), onde o Sindipriv realizou a manifestação.

A reunião está marcada para o próximo dia 24 de janeiro. Com a Sefaz, está sendo feita a análise financeira e orçamentária para os pagamentos de dívidas herdadas pela atual gestão. “Anotamos as providencias, dissemos que íamos fazer a análise financeira com a Fazenda e a reunião com o MPT, que já está marcada. Por isso, não se compreende o motivo do protesto”.

Almeida disse que sua gestão não irá se eximir das responsabilidades, mas existe um tempo para resolver. “Somos responsáveis, mas não podemos ser culpados por atos de gestões anteriores. O compromisso com o pagamento de salários e direitos trabalhistas dos terceirizados é das empresas contratadas. Temos uma dívida herdada com as empresas, que alegam não ter caixa para pagar seus funcionários. Todas essas questões estão sendo tratadas com seriedade pelo nosso governo”, concluiu o secretário.

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