O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a posse dos novos presidentes do Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal, nesta segunda-feira (7), para elogiar o conhecimento econômico do ministro da Economia, Paulo Guedes, mas ressaltou que sabe “um pouco mais” de política do que ele.
“O desconhecimento meu ou dos senhores em muitas áreas, e a aceitação disso, é um sinal de humildade. Tenho certeza, sem qualquer demérito, que eu conheço um pouco mais de política que o Paulo Guedes e ele conhece muito, mas muito mais de economia do que eu”, disse Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto, três dias depois de ter declarações econômicas suas desmentidas por auxiliares.
Em um rápido discurso, o presidente disse também que o governo dele não pode errar, porque se errar “vocês sabem quem pode voltar”, numa clara alusão aos governos do PT.
‘Ruído’ entre Bolsonaro e Guedes
Na semana passada, após as declarações sobre economia de Bolsonaro terem sido desmentidas pela equipe dele, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que não havia “ruído” entre o presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes. As declarações de Bolsonaro que causaram dúvida giraram em torno de eventuais mudanças nas regras previdenciárias.
Onyx disse que o presidente quis dar uma “tranquilidade” à população quando afirmou, em entrevista, que a idade mínima para as aposentadorias dos homens poderia ser de 62 anos e das mulheres, de 57 anos a partir de 2022. O ministro indicou que a proposta de adoção da idade mínima na reforma valerá para servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.
Ao mesmo tempo que a idade mínima apontada por Bolsonaro é mais baixa do que a prevista na reforma do ex-presidente Michel Temer —que propunha 65 e 62 anos para os homens e mulheres—, o período de transição seria mais curto, uma vez que a nova idade mínima seria alcançada já em 2022.
‘Navio com casco furado’
Segundo Onyx, a equipe econômica chefiada por Guedes vem trabalhando em uma proposta de reforma desde que começou a transição e que o atual sistema é um “navio com casco furado” que precisa ser consertado. “Não é justo colocar nossos filhos e netos dentro de um barco que mais cedo ou mais tarde a gente sabe que vai afundar”, avaliou.
O ministro destacou que a equipe de Bolsonaro sempre defendeu o regime de capitalização para a Previdência, no qual, em linhas gerais, cada beneficiário faz sua própria poupança. “Dentro de duas semanas está previsto fazer uma apresentação ao presidente dos caminhos”, disse Onyx sobre a proposta de reforma que a equipe de Guedes deverá apresentar. “E aí vamos ter os detalhes”, emendou.
Mín. ° Máx. °