Uma operação da Polícia Civil do Amazonas batizada como “Ceia Feliz”, deflagrada ao longo da semana, prendeu 74 pessoas durante cumprimentos a mandados de prisão, por dívida de pensão alimentícia. A ação teve início na última segunda-feira (10), e foi finalizada na manhã desta sexta-feira (14), em todas as zonas de Manaus.
Os trabalhos da operação foram deflagrados por policiais civis lotados nos 30 Distritos Integrados de Polícia (DIPs) e Delegacia Especializada em Captura e Polinter (DECP), além do Departamento de Polícia Metropolitano (DPM).
Ao todo, 72 homens e duas mulheres foram encaminhados à Delegacia Geral, no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste da capital. Das 74 pessoas, 40 foram apresentados à imprensa por não conseguirem o pagamento da pensão alimentícia.
De acordo com o delegado Alessandro Albino, diretor do DPM, as prisões tiveram por objetivo resgatar o direito natural da criança forçando aos pais o pagamento do auxílio determinado pela Justiça.
“O nosso maior objetivo foi realizar as prisões e forçar os pais a pagarem a pensão alimentícia atrasada por algum tempo. Em razão disso, muitas crianças passam por dificuldades. Essas pessoas devedoras alegaram a falta de trabalho e crise econômica que assolou o país nos últimos anos”, explicou o delegado Alessandro Albino.
A delegada Fernanda Antonucci, titular da DECP, informou que os trabalhos da operação ocorreram após a Justiça encaminhar os mandados de prisão civil e as mães das crianças procurarem a unidade policial.
“Nós temos cobrança da Justiça no cumprimento desses mandados de pais devedores, inclusive mulheres. Existem mulheres, apesar de raro, devedores de pensão alimentícia. São presos diferenciados, não cometeram crimes, são devedoras desse auxílio determinado judicialmente”, disse a delegada Antonucci.
“Quero deixar bem claro. O objetivo dessa operação é mais pedagógico. A polícia não tem intenção em prender, mas conscientizar os devedores. Infelizmente, a prisão é a forma de conseguir esse pagamento. Muitas dessas pessoas, tendo conhecimento da operação de mandado, procuraram a Vara Judicial antes da polícia prender. Aquele pai ou aquela mãe que está devendo já procura a requerente e a Justiça para fazer o acordo e pagar sua dívida para não acontecer esse final triste que é a prisão”, afirmou Antonucci.
A delegada enfatiza que após o acordo e voltar a dever priva da liberdade com novo mandado de prisão expedido pela Justiça. A prisão fica no prazo de 30 dias, que é estabelecido pelo juiz.
Os detidos que não conseguiram efetuar o pagamento da dívida serão encaminhados ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), no quilômetro 8 da BR-174, onde irão permanecer à disposição da Justiça.
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