Familiares e conhecidos do jovem Israel R. S., de 18 anos, morto no último domingo (2) em um confronto com a Polícia Militar (PM), tentaram destruir viaturas e prédios da delegacia de Coari (município distante 363 km de Manaus) em protesto. O distúrbio aconteceu no fim da tarde de segunda-feira (3), após o velório do rapaz.
Com cartazes de apelo por justiça pela morte do rapaz, ao menos 20 pessoas jogaram bombinhas de fogos de artifício e pedras na sede da delegacia. Apesar da tentativa de depredação, nenhum dano material significativo foi registrado, conforme destacou a polícia na manhã desta terça-feira (4).
Segundo o delegado titular da unidade policial, José Afonso Barradas, mandados de prisão serão expedidos ao passo em que a polícia identifica os responsáveis pelo ato. "Começamos a apurar quem praticou o vandalismo e a devida punição será providenciada", explicou ele, que estava dentro do prédio no momento em que começaram os ataques.
Ao sair para tentar acalmar os ânimos dos parentes, o oficial confirmou que o caso da morte do jovem está sendo investigado pela polícia.
"Expliquei que não havia motivo para esse tipo de manifestação. Estamos descobrindo o que realmente aconteceu entre o jovem e a PM. Ele era suspeito de roubo, quando foi abordado, além disso portava uma arma falsa (simulacro). Creio que ele tenha tentado intimidar a polícia, pois eles não iam disparar à toa. Contudo, estamos prosseguindo nas investigações para apurar cada fato", completou a autoridade policial.
O rapaz foi atingido na perna, tendo uma artéria perfurada. Ainda de acordo com Barradas, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas demorou muito a chegar. No hospital, os médicos tentaram conter a hemorragia interna, mas o baleado não resistiu aos ferimentos.
Equipes de apoio da PM e da Polícia Civil (PC) em Manaus serão enviadas a Coari para prestarem suporte. O jovem não tinha histórico criminal, contudo, sendo o caçula de cinco irmãos, todos os outros já foram presos por tráfico de drogas. No momento da abordagem policial, o rapaz foi encontrado com o irmão. Após ser ouvido pela PC, ele foi liberado. O inquérito para apuração do caso foi instaurado.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), mas até a publicação desta matéria não houve retorno. O espaço fica a aberto para a corporação divulgar um posicionamento.
Mín. ° Máx. °