Uma adolescente de 17 anos, e grávida de oito meses de uma menina, morreu na tarde da última terça-feira (6) na Maternidade Estadual Balbina Mestrinho, Praça 14 de Janeiro, Zona Sul de Manaus. Segundo informou o pai da vítima, o borracheiro Carlos Eduardo, de 43 anos, no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), onde o caso foi registrado, a jovem estava internada há três dias na unidade hospitalar para procedimentos médicos.
No primeiro dia de internação, no último sábado (3), a adolescente foi submetida na maternidade a um exame de ultrassonografia, em que os médicos constataram que o feto já estava sem os batimentos cardíacos, conforme consta no Boletim de Ocorrência (B.O) registrado pelo borracheiro no 1° DIP.
Familiares apontam negligência
O auxiliar de serviços gerais Ismael da Silva, 24 anos, que é cunhado da adolescente e a acompanhou na maternidade, informou que a vítima chegou ao lugar com fortes dores na barriga, e os médicos que a atenderam aplicaram remédios contra a dor.
"Ela chegou às 6h com a bebê mexendo na barriga. Aplicaram a medicação por volta de meio-dia. Nos primeiros dias ela ficou na recepção do hospital. Não chegaram nem a levá-la a um leito. Ainda na tarde de sábado (3), a barriga dela endureceu e foi quando os médicos agiram", declarou Silva.
No domingo (4), segundo Ismael, já com a confirmação de que a bebê estava morta, os médicos induziram o parto para retirar o feto. "Eles disseram que o parto dela era para ter sido cesariano. Mas, eles induziram para que a bebê, mesmo morta, saísse de forma natural", afirmou.
De acordo com Ismael, na segunda-feira (5), os médicos realizaram um procedimento para retirar o útero da adolescente que, conforme explicaram aos familiares, estava infeccionado. "Após o procedimento, ela ficou sedada. Na terça (6), por volta das 14h, já informaram à minha esposa o óbito, e sem muitas explicações", complementou.
No velório realizado na manhã desta quarta (7), em um templo evangélico, situado na avenida Rio Negro, no bairro Mauazinho, Zona Sul, os familiares da adolescente pedem Justiça pelo ocorrido. O enterro está previsto para às 15h, no cemitério Parque Tarumã, Zona Oeste de Manaus.
Polícia Civil investiga o caso
Após formalização da ocorrência no 1º DIP, o delegado Leonardo Valença abriu um inquérito policial para investigar. Na Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) o caso está sendo tratado como homicídio culposo. “Já iniciamos as diligências em torno da ocorrência”, pontuou o delegado.
Susam abre sindicância
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) lamenta o ocorrido com a adolescente e informa que todos os cuidados foram ofertados à paciente, desde o primeiro momento em que foi internada na unidade, onde foram seguidos todos os protocolos recomendados para o caso. “As informações sobre o caso serão apuradas em sindicância”, informou.
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