É notório o descontrole da segurança pública e da sensação de insegurança instalados em Manaus e no interior durante a gestão do governador Amazonino Mendes.
Para tentar reverter essa situação, o governador eleito com mais de um milhão de votos, Wilson Lima (PSC), vai enfrentar diversos obstáculos, desde a questão das drogas, que contribuem para o número de roubos e homicídios que parecem não ter fim; a revisão de contratos milionários feitos pelo governo atual.
Uma das decisões tomadas por Wilson e reveladas ao Jornal Amazonas EM TEMPO nesta semana, é que o governador eleito dará continuidade à consultoria de segurança pública com a empresa do ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, contratada por Amazonino Mendes pelo valor de R$ 5 milhões .
“Não contrataria, mas vamos dar continuidade nos projetos já pagos, e a consultoria do Giuliani é um deles. Não vou ignorar esta contribuição, que já está em andamento, e eu tenho a responsabilidade suficiente pra entender que esse é um processo que tem que continuar, e a gente vai analisar, ver o que dá pra ser aproveitado da consultoria”, justificou.
Durante uma entrevista em um programa de TV na semana passada, Wilson Lima disse que entre as medidas a serem tomadas já de início é o policiamento ostensivo nas ruas. “Não tem como você implementar qualquer projeto na área de segurança, se não tiver gente para trabalhar. Medidas na área de segurança pública são a longo prazo, mas, inicialmente, a gente tem que colocar policiamento na rua e dar as condições necessárias para o pessoal trabalhar, principalmente no interior, onde tem delegacia que fecha às 18h da sexta-feira e só volta a funcionar na segunda-feira”, revelou.
Entre os novos desafios está, ainda, o contrato da empresa Umanizzare Gestão Prisional - que atende os presídios do Estado -, que deve ser reavaliada por ele e seus companheiros. “Nós vamos rever esse contrato com a Umanizzare. Se for o caso, quebrar o contrato, porque a gente precisa voltar a ter o controle sobre os presídios, separando o regime aberto do fechado”, completou.
Somente na gestão de Amazonino Mendes, a empresa Umanizzare, responsável por gerenciar Unidades Prisionais no Amazonas, já recebeu R$ 156 milhões em pagamentos, mesmo sendo acusada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) de não cumprir os contratos e descaso com a administração dos presídios.
“É um absurdo. Tenho familiares presos e nem a devida alimentação que é paga com os nossos impostos os presos recebem. São tratados como se fossem ratos. Falta humanidade”, disse a mãe de um detento que cumpre pena por homicídio do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
Finalizando a entrevista, o governador eleito Wilson Lima (PSC) informou que vai solicitar na próxima semana no Rio de Janeiro, uma reunião com o novo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa de Wilson.
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