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Bolsonaro faz reunião de trabalho no Rio para definir transição

Assessores diretos do presidente eleito deram informações divergentes sobre o anúncio de nomes do próximo governo

30/10/2018 às 13h22
Por: Jéssyca Seixas Fonte: O Dia
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Divulgação
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 O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) faz nesta terça-feira a primeira reunião de trabalho com aliados mais próximos para definir os rumos do governo de transição. O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), confirmado para a Casa Civil, apresentará os dados coletados durante reuniões em Brasília com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que coordena a equipe de transição do governo Michel Temer. O presidente eleito chegou por volta de 10h30 na casa do empresário Paulo Marino, na Zona Sul do Rio. Assessores diretos do presidente eleito deram informações divergentes sobre o anúncio de nomes do próximo governo.

O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), principal articulador político da campanha eleitoral e indicado para chefiar a Casa Civil, disse que nomes de futuros ministros só seriam anunciados em dezembro. Já Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL e um dos coordenadores da campanha eleitoral, disse que nomes poderão ser definidos na reunião de hoje e podem ou não ser anunciados ainda nesta terça-feira. Segundo Bebianno, o governo terá em torno de 15 ministros e cerca de metade dos nomes está definida.

"Bolsonaro vai nos orientar sobre como iniciar o contato com o atual governo", disse Lorenzoni, ao chegar para a reunião. O deputado confirmou que irá a Brasília na quarta-feira, 31, para um encontro com representantes do governo Michel Temer, quando já serão apresentados nomes para integrar a equipe de transição. Os trabalhos de transição começarão para valer na próxima segunda-feira, dia 5, informou Lorenzoni.

Bebianno, que chegou depois de Lorenzoni, disse que montar a equipe de transição será a prioridade do momento. Segundo ele, apenas Bolsonaro deverá anunciar os nomes, talvez ainda nesta terça-feira. Sobre o nome do juiz federal Sérgio Moro para ministro da Justiça ou do Supremo Tribunal Federal (STF), como adiantou ao Estado, no último dia 21, Bebianno disse que "certamente" vai falar com Moro "em algum momento".

"Esperamos que ele se engaje de alguma forma. É um nome muito emblemático. Um nome muito importante para o Brasil, para a população do Brasil. Estamos na expectativa de que ele aceite se engajar de alguma forma", afirmou Bebianno.

Bebianno disse que há "um nome muito forte para educação", mas que o comando da pasta da saúde ainda está sendo estudado. "Ninguém está com pressa para indicar nada. O governo só começa em 1º de janeiro. Agora, a preocupação é montar equipe de mais linha de frente, digamos assim, e depois é começar o trabalho", afirmou o assessor.

Sobre os ataques de Bolsonaro ao jornal "Folha de S.Paulo", em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, desta segunda-feira, 29, Bebianno classificou-os como "críticas".

Bolsonaro disse, durante a entrevista, que pretende tirar recursos da publicidade oficial do governo federal de veículos de imprensa que se comportarem de maneira "indigna", como seria supostamente o caso da "Folha".

"Será que a crítica é unilateral? Eu acho que nós vivemos num regime democrático. Se ele se sentiu atacado em algum momento de uma forma fora de uma linha de normalidade, isso faz parte da democracia. Ninguém está atacando ninguém. São críticas", afirmou Bebianno.

Ele alegou também que reduzir publicidade oficial do jornal não é ameaça e que, para essa verba, deve haver um "equilíbrio" e um critério técnico, sobre o qual estão estudando. "Entendemos que o Estado gasta muito dinheiro com publicidade de forma desnecessária, acreditamos que isso é um desperdício. Já houve muitos escândalos na Secretaria de Comunicação. Escândalos, mais desconfiança de como se manipula esse dinheiro. Isso vai ser revisto de forma democrática, tranquila e seguindo os padrões legais", afirmou.

Bolsonaro disse que irá à capital na próxima semana e que a “primeira pessoa” que pretende encontrar é Temer.

Na reunião desta terça, no Rio de Janeiro, estão com Bolsonaro o deputado federal Onyx Lorenzoni, que deve assumir a Casa Civil no futuro governo, e o economista Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda e o ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno para definir os nomes para a equipe de transição e do governo que se instalará em 1 de janeiro de 2019.

Em entrevista ontem à TV Record, Bolsonaro disse que são "estarrecedores" os dados sobre a máquina administrativa federal, sobretudo a respeito do número de funcionários e despesas. Ele reiterou que pretende privatizar ou extinguir algumas empresas, mas que não irá prejudicar os funcionários públicos.

Também afirmou que sua intenção é reduzir o número de ministérios. Anteriormente, ele afirmou que gostaria de diminuir de 29 para 15.

Transição

Padilha disse que conversará nesta quarta-feira com Onyx, quando espera receber os primeiros nomes da equipe de transição do novo governo. A equipe deve reunir até 50 nomes de pessoas que vão trabalhar em um ambiente organizado exclusivamente para este momento, que é o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

Essas 50 pessoas serão nomeadas para Cargos Especiais de Transição Governamental. Esses cargos poderão ser ocupados a partir desta terça-feira e devem ficar vagos até o dia 10 de janeiro, conforme disposição legal.

A equipe nomeada em caráter especial receberá salários que vão de R$ 2.585,13 a R$ 16.581,49. São oito cargos diferentes, de indicação de Bolsonaro. Vinte e cinco desses indicados receberão R$ 9.926,60 e dez terão salário de R$ 13.036,74. São os dois cargos com o maior número de ocupantes. O cargo de coordenador é o de maior salário, mas se Onyx Lorenzoni for o indicado, ele não poderá receber a remuneração, uma vez que já recebe como deputado federal e não poderá acumular as duas funções.

Nesta segunda, Bolsonaro afirmou que a transição transcorrerá “em tranqüilidade” e agradeceu o apoio de Temer neste período. Padilha, por sua vez, disse que Temer pensa da mesma forma.

“A intenção do presidente Michel Temer é fazer uma transição com a maior transparência possível, ofertando todas as informações que estejam disponíveis no governo e sejam solicitadas, para que tenhamos, desde logo, o Brasil andando.”

Previdência

Bebiano disse que a reforma da Previdência não seria um dos temas tratados na reunião de hoje, mas que é muito importante. “Não vamos tratar disso agora. É interesse do Brasil resolver essa questão, independentemente de que governo seja, existe um déficit gigantesco e isso quanto mais cedo for votado, melhor. Mas isso não vai ser tratado hoje”.

Segundo ele, o projeto sobre o tema que está em discussão no Congresso Nacional é “um remendo”. “Há reformas que poderiam ser implementadas de maneira mais efetiva, mais justa, o Paulo Guedes tem um desenho já bastante detalhado disso. Mas se for possível a aprovação esse ano do que está lá, é melhor do que nada”.

Gênero

Um dos temas mais polêmicos durante a campanha de Bolsonaro, a questão de gênero, o presidente do PSL disse que tem um pensamento diferente do presidente eleito e que a questão não deve ser tutelada pelo Estado, por se tratar de uma questão pessoal que afeta apenas a vida íntima de cada pessoa.

“É um pensamento dele, não é o meu, cada um tem o direito de ter o seu. Eu acho que questões sexuais são tão complexas, acho que o ser humano é tão controvertido, tão cheio de nuances, ninguém pode determinar, dizer especificamente se a sexualidade é fruto do meio ambiente, da criação, se é espiritual, isso é uma questão pessoal de cada um. Simplesmente o Estado não tem que se meter na vida privada das pessoas”.

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