A Justiça Federal decretou a prisão preventiva do empresário Murad Aziz, irmão do senador Omar Aziz. Ele é acusado de cobrar pedágio de empresas envolvidas em desvios de recursos da Saúde do Amazonas, descobertos na Operação Cashback, da Polícia Federal.
A decisão é da Juíza Ana Paula Serizawa Silva, da 4ª Vara Federal. Ela aceitou os argumentos do Ministério Público Federal (MPF) e decretou a prisão preventiva na tarde de segunda-feira (16). Com isso, Murad Aziz deve ficar preso até o julgamento do processo, caso instâncias superiores do poder judiciário não decidam libertá-lo.
No despacho a magistrada considerou que o empresário oferece risco à ordem pública, porque a carga de reprovação social à sua conduta se dá, principalmente, por ser suspeito de ter recebido pelo menos R$ 3 milhões dentro do esquema de corrupção.
A juíza Ana Paula Serizawa Silva destacou também que "estranhamente" no dia da Operação Cashback, Murad Aziz não estava em casa. Alguns bens, como computadores, tablets, notebooks e uma coleção de 18 relógios, avaliada em mais de R$ 230 mil, haviam sumido.
O cofre da residência também estava vazio e a academia dele fechou somente no dia da operação. Por isso, para a magistrada, Murad Aziz oferece risco ao andamento das investigações.
A defesa de Murad Aziz foi procurada, mas ainda não enviou posicionamento sobre a decretação da prisão prventiva dele.
Operação Cashback
A Polícia Federal desencadeou a Operação Cashback na 11 de outubro. Foram 14 mandados de prisão temporária e 40 de busca e apreensão. Além de Murad Aziz, foram presos o advogado Lino Chíxaro e o empresário Sérgio Bringel.
Segundo investigações, os suspeitos são investigados por montar uma quadrilha que desviou mais de R$ 500 milhões de verbas da saúde do Estado nos últimos quatro anos.
A ação é um desdobramento da Operação "Maus Caminhos". Apontado como chefe do esquema, o empresário Mouhamed Moustafá responde as acusações em liberdade.
No dia 14, por ordem da desembargadora Maria do Carmo Cardoso, foram soltos os empresários André Becil e Sérgio Bringel, e os funcionários dele, Yuri Ferreira Saba e Wecysclei Acedo de Oliveira.
Mín. ° Máx. °