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'Satã' do PCC degolou jovem por ela ser do CV, diz polícia

Antes de morrer, criminosos fizeram um "tribunal" e a obrigaram a gravar um depoimento em vídeo

11/10/2018 às 15h48
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Em Tempo
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Divulgação
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 Joice Viana de Amorim, de 21 anos, foi encontrada degolada em uma estrada na região do bairro Santa Emília em maio deste ano, segundo a polícia, em coletiva de imprensa na quarta-feira (10), ela foi morta durante um "julgamento" improvisado do tribunal do crime do Primeiro Comando da Capital (PCC). 

na época, a vítima teria afirmado ser integrante da facção rival Comando Vermelho (CV). Conforme a Polícia Civil, antes de ser assassinada, a jovem exigiu do grupo criminoso que seu chinelo roubado fosse devolvido. Ao todo, 15 pessoas estão envolvidas no crime.

As investigações apontam que, dias antes de ser morta, Joice conheceu Weslley Marques da Rocha, vulgo "Cabecinha", de 25 anos, em uma festa. Os dois teriam ido para a casa de um adolescente de 17 anos. No local também estavam mais dois menores, de 14 e 16 anos.

Em determinado momento, o menor de 14 anos teria roubado o chinelo da jovem. Quando Joice percebeu o roubo ficou irritada e exigiu que o chinelo fosse devolvido, afirmando que era integrante do CV e que merecia respeito.

Após a declaração, os adolescentes ligaram para Marcos Felipe Dias Lopes, de 19 anos, vulgo "Correria", que ocupa o "cargo disciplinar" do PCC da região do bairro Santa Emília, avisando ter encontrado uma menina que dizia ser integrante da facção rival.

"Correira" então mandou Ygor Matheus Dutra dos Santos, de 19 anos, ir até a casa confirmar a informação. Após constatar que a jovem realmente fazia parte da facção, outros dois integrantes, Eloir de Oliveira, de 52 anos, vulgo "Mil Grau’" e Lucas da Silva, de 19 anos, também foram até a casa, com a intenção de realizar o julgamento.

Pelo fato de Joice ser uma mulher, foram chamadas duas líderes femininas do PCC, sendo Miria Helena Júlio Pasphuin, vulgo "Pandinha", de 21 anos, e Isabella Sanches dos Santos, vulgo "Bellinha", de 22 anos, para participarem do tribunal.

Durante ligação por vídeo conferência com outros membros da facção, os integrantes receberam a ordem, de dentro do presídio, para levar Joice para outra casa, pois a residência onde se encontravam estava sendo observada pela polícia. 

Execução

Joice foi levada para a casa onde morreu, ainda no bairro Santa Emília, no dia 1º de maio, em um carro Gol, por Wellison de Souza Silveira, vulgo "Zé Cotó", de 23 anos, Lucas, Danilo de Souza brito, vulgo "Satã", de 19 anos, e Miria.

Momentos antes de ser executada, Joice foi obrigada a gravar um vídeo que foi divulgado pela facção. Em seguida ela foi degolada viva por "Satã", que utilizou uma faca de cozinha para cortar o pescoço da jovem. Miria, atualmente foragida, segurou a cabeça de Joice no momento da execução.

Durante o crime havia mais um integrante do PCC na casa, Thiago Velasquez de Souza, vulgo "Arquinha", de 31 anos. Ele foi morto em troca de tiros com a polícia durante um assalto a uma agência bancária em Terenos. Souza foi o responsável por vigiar a casa onde Joice foi executada.

O corpo da jovem foi enrolado em uma lona e jogado em uma estrada do bairro Santa Emília.

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