Um conselheiro tutelar compareceu à Delegacia Especializada em Apoio e Proteção à Criança e ao Adolescente (Deapca), na manhã desta quarta-feira, 22, para fazer uma denúncia de maus tratos e abusos sexuais.
Ele apresentou à delegada titular, Joyce Coelho, uma adolescente que acusou o padrasto de abusar sexualmente dela e a própria mãe de omissão e por submetê-la a constantes maus tratos através de espancamentos e humilhações.
Antes de ser conduzida à sede da Especializada, situada no bairro Planalto, Zona Centro-Oeste de Manaus, a menor foi levada por um dos seus tios na presença de conselheiros tutelares. Eles ouviram a adolescente acusar o padrasto de praticar abusos sexuais. A adolescente acusou ainda sua mãe de omissão, dizendo que ela nunca procurou a polícia para denunciar os estupros praticados pelo homem com quem vive atualmente.
A denúncia tomou novo rumo quando a menor estava na presença da delegada Joyce Coelho. A adolescente mudou a história e acusou apenas a mãe de espancá-la com cabos de vassoura e outros maus tratos. Sobre a acusação de abusos sexuais que estaria sofrendo em casa, a menor negou que isso tivesse acontecido e que o padrasto apenas tentou abraçá-la à força uma única vez que a mãe não estava presente.
Ao contário de tudo o que tinha denunciado no Conselho Tutelar a adolescente disse à delegada da Deapca que o padrasto nunca a molestou sexualmente. A versão da menor foi tão contraditória, segundo o próprio conselheiro que ouviu sua denúncia anterior, que ela chegou a dizer diante da delegada que o padrasto sempre a tratou com muito mais atenção e carinho que sua própria mãe.
A delegada Joyce Coelho disse que a denúncia da menor é um tanto quanto confusa porque alega espancamentos constantes, mas não tem lesões pelo corpo. Antes de ser conduzida à Deapca, a menor acusou o padrasto de abusos sexuais. Em sua presença, disse a delegada, a adolescente negou os abusos e até defendeu o padrasto: "as denúncias devem ser melhor apuradas", declarou.
De acordo com a titular, a menor morava com outros familaires no Pará e veio morar com a mãe há pouco mais de três anos. Ela acusou a mãe de obrigá-la a fazer todos os serviços domésticos e ainda tomar conta de um bebê dentro de casa. "Esta menor pode estar arrependida de ter vindo morar com a mãe e pode estar buscando um meio de sair de casa para morar com outros familiares", suspeita a delegada.
O caso vai ser investigado mais a fundo e por enquanto, o que deve acontecer é que a guarda da adolescente, mesmo que seja temporária, deve ficar com o tio que a apresentou inicialmente no Conselho Tutelar.
A delegada Joyce Coelho, finalizou dizendo que não é um caso de flagrante, por isso, instaurou um inquérito Policial. A mãe e o padrasto da adolescente também foram ouvidos na Deapca e negaram todas as acusações.
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