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Especialista explica riscos à saúde provocados pelo calor do verão amazônico

Doenças causadas pela diminuição da imunidade e respiratórias estão entre as mais comuns do período. Veja como se prevenir

03/08/2018 às 12h35
Por: Erinaldo Fonte: Portal A Critica
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Euzivaldo Queiroz
Euzivaldo Queiroz

A chegada do forte calor do “Verão Amazônico” deixa o organismo humano mais frágil, principalmente de crianças e idosos. Por isso os cuidados com a saúde nesse período, que se estende até dezembro, devem ser redobrados, alerta a médica pediatra Eriane Oliveira. Doenças causadas pela diminuição da imunidade e respiratórias estão entre as mais comuns do período.

“A tendência do calor é aumentar a quantidade de evaporação e de nuvens. E quando aparecem as chuvas, elas são rápidas e grossas e colaboram de alguma forma, para a diminuição da imunidade. Quando a umidade aumenta também aumenta a produção viral e bacteriana do ambiente em que se respira. Consequentemente, ao inalar vírus ou bactérias a pessoa adoece. Por isso que as crianças adoecem mais. Se a imunidade cai e as chuvas acontecem de vez em quando, as crianças  gripam no período de calor”, explicou a especialista, que é gerente técnica do Hospital da Criança da Zona Oeste.

A doença mais incidente entre as crianças, segundo a médica, é a gripe e suas cinco complicações: rinite (inflamação do nariz), sinusite (inflamação dos ossos atrás da face, da parte posterior do nariz), bronquite ( inflamação dos canais onde passa o ar para o pulmão), pneumonias (inflamação do tecido pulmonar) e as otites (inflamação dos ouvidos). As inflamações podem ser virais ou bacterianas.  
Outras incidências envolvem resfriados, complicações pós-resfriado, diarréias, dispepsias (onde alimento contaminado não chega ao intestino grosso para causar diarréia, mas chega ao intestino delgado causando fortes dores abdominais, vômito e febre) e suas complicações.

Para prevenir resfriados e diarréias é necessário ficar longe de ambientes fechados, vacinar a criança, hidratar com água de três em três horas. “Se ele tomar meio copo já é uma vantagem”, ressalta Eriane Oliveira. É importante não deixar que as crianças brinquem em ambientes de água parada, como riachos, porque eles podem ingerir essa água.

Se a criança já estiver resfriada, são esperados três dias de febre, cinco dias de garganta ardendo, 15 dias de tosse e catarro. O tratamento é só líquido e repouso. No máximo um analgésico, prescrito pelo médico. Esses líquidos têm que ser leite, caldo de carne e suco de fruta sem açúcar ou comer fruta caudalosa e depois ingerir água.  O mesmo deve ser feito em adultos e idosos acima dos 70 anos.

As doenças respiratórias também são comuns nessa época do ano. Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), 35.936 pacientes com doenças respiratórias foram atendidos nos hospitais e prontos-socorros da Criança da Zona Oeste e da Zona Sul.

Os casos mais comuns são de asma, amigdalite, nasofaringite aguda e pneumonia. A asma inclusive é muito comum porque no tempo seco aumenta a quantidade de poeira e na chuva, porque a imunidade cai e os índices de resfriados são altos.

Já, as rinites e as sinusites são resultados de alergias ou de invasões virais ou bacterianas. As alérgicas são mais comuns no período da seca. Quanto mais seco o ambiente, mais poeira se respira e como resultado aparece os ataques de espirros, sangramento nasal, prurido nasal e coceira.  A médica aconselha a quem tem esse tipo de alergia a hidratar seu nariz com soluções fisiológicas. Os antialérgicos são usados por algum tempo durante a estação seca por serem práticos e tirarem o paciente da crise alérgica.

Outro cuidado que se deve ter é com alimentos: evitar comprá-los em fase de pré-deterioração. Não dar alimentos como refrigerantes, sanduíches, hambúrgueres, doces, frituras, salgados, tudo que é muito açucarado, pois o açúcar diminui a imunidade. “Não se deve dar suco para a criança, deve dar-se a fruta. Depois água. De preferência, frutas caudalosas como melancia, melão, laranja e tangerina”, disse.

Chuvas abaixo da normalidade

Após um início do “Verão Amazônico” bastante chuvoso, em junho, o mês passado foi marcado  por  poucas chuvas. As previsões sazonais do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), segundo o meteorologista Flávio Natal, até setembro as chuvas estarão abaixo do normal. “Ou seja, deverá chover muito pouco nestes meses e por conta disto, teremos muito sol e temperaturas mais elevadas”, explicou.

As chuvas na capital, apesar de poucas, devem ocorrer. Nesse período do ano, também chamado de “estação seca”, é comum, inclusive, que haja dias com os dois extremos: muito calor e tempo seco com chuvas rápidas e fortes.

A previsão do tempo para Manaus disponível no site do Inmet indica que até a próxima segunda-feira as temperaturas máximas devem ficar entre 33ºC e 34ºC. Já o site do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe) prevê temperaturas de até 35ºC  no período.

Cuidados com alimentos e hidrataçãosão fundamentais para a imunidade

A diarréia também é muito comum nesse período. A qualidade dos alimentos guardados em geladeiras ou em temperatura ambiente é comprometida pelo calor.

O abrir e fechar da porta da geladeira compromete o congelamento e o nariz humano leva em torno de seis horas para detectar alimentos contaminados por bactérias, devido ao mau cheiro.  “As diarréias são frequentes na estação do sol quente. Em geral, quem tem resfriado, pode ter diarréia. Quem tem dengue, pode ter diarréia também. As doenças se associam sempre com doenças diarréicas”, disse Eriane Oliveira (foto abaixo).

Ela explicou que os alimentos têm que ter boa conservação e não se deve comprar àqueles prestes a se estragar porque, posteriormente, eles irão deteriorar-se rapidamente em casa. “A criança pode ter diarréia por ter comido uma banana fora do tempo ou por ter ingerido uma comida que estava na geladeira e foi aberta diversas vezes e por isso, se estragou”, disse.

É primordial que a criança se hidrate para auxiliar no desenvolvimento do seu sistema imunológico. “Hidratar é fundamental para não adoecer. Só que as crianças se importam em brincar e não em ficar se hidratando. Elas acham que vão perder tempo tomando água. Você dá o copo de água para a criança, ela toma um golinho e joga o resto fora porque ela quer brincar”, disse.

Entre os líquidos, o leite é fundamental para a criança por causa da formação do tecido ósseo e do crescimento.  Os leites e seus derivados não podem ser retirados da alimentação infantil. Só se suspende quando a criança é comprovadamente alérgica, substituindo por leite de soja, leite de cabra ou outros tipos de preparo ou fórmula especial. O leite é fundamental até o fim do crescimento. Na menina, em torno de 12 anos. No menino, até em torno dos 18 anos.

A boa alimentação é importante, e não só para as crianças. “Deve-se evitar o que não contribui para a saúde. Se os adultos evitarem os fast-foods, ambientes fechados e/ou poluídos, se eles se vacinarem, assim como as crianças têm que se vacinar, dormirem o suficiente, e hidratarem-se de três em três horas, eles irão ter uma qualidade de vida melhor e adoecerão menos”, frisou. 

Segundo a médica, o resfriado é uma doença autolimitada e não precisa ter um remédio especial. “É uma doença comum, tratável no domicílio, a gente jamais deve procurar um médico por causa de um resfriado”, disse. Um adulto gripado tem, geralmente, um dia de febre. Ela traz benefícios. “Quando a gente esquenta, os germes morrem. Não é para combater febre, ela é uma amiga. É para combater dor”, explanou.

Aumente a imunidade

A imunidade se aumenta com alguns detalhes importantes:

1) Hidratação. Beba muita, muita água.

2) Boa alimentação é um dos principais meios de reforçar a imunidade biológica.

3) Evitar ambientes fechados com  mais pessoas doentes, onde o indice de contaminação é maior.

4) Vacinação, que impede várias doenças, muitas em surto.

5) Dormir é muito importante. O mínimo de sono é de 6 horas, mas o ideal são 8 horas, independente da idade.

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