O canoeiro Josias de Oliveira Alves, de 33 anos, acusado de matar o próprio filho, o bebê Pablo Pietro, de apenas 3 meses, jogando-o no rio Negro em agosto de 2015 em Manaus, vai a júri popular. Na sentença de pronúncia, assinada pela juíza Mirza Telma, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, a magistrada afirma que há indícios de autoria e materialidade do crime.
No processo, Josias também é acusado de agredir a ex-esposa e mãe do menino, Cleudes Maria Moraes Batista, 25, que também chegou a ser suspeita do crime, mas a denúncia contra ela não foi levada a diante. Até hoje o corpo do pequeno Pablo Pietro não foi encontrado.
“Verifico existirem nos autos os requisitos autorizadores da pronúncia, quais sejam, indícios suficientes de autoria e prova de materialidade. O primeiro reside no depoimento das testemunhas coligidos em sede inquisitorial, e corroborados na instrução criminal, colhidos através de registro audiovisual, notadamente diante da palavra da própria vítima sobrevivente, que aponta o acusado como autor do crime de homicídio qualificado praticado contra o filho do casal, bem como de tentativa de homicídio qualificado perpetrada contra si”, afirmou a juíza Mirza Telma.
No documento de sentença de pronúncia, a juíza afirma ainda que a tentativa de homicídio contra Cleudes Maria foi comprovado com laudos de exame de corpo de delito.
Agora, no júri popular, Josias vai responder por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel – recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de responder pelo artigo 61 contra descendente, contra criança, todos do Código Penal Brasileiro.
Quanto à tentativa de homicídio contra a ex-esposa, o canoeiro vai responder pelos crimes de homicídio tentado por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio. De acordo com decisão da juíza Mirza Telma, Josias vai aguardar o julgamento em liberdade.
Segundo o advogado de defesa do canoeiro, Josemar Berçot Junior, o próximo passo é arrolar as testemunhas a serem ouvidas no julgamento. Em contato com a reportagem do Portal A Crítica, o advogado adiantou que deve chamar como testemunhas o ex-patrão do canoeiro Josias, conselheiros tutelares e a avó de Cleudes Maria.
“Vamos lutar também para marcar o julgamento para esse ano, nem que seja no final do ano. Mas caso não consiga, para que seja agendado para o começo do ano que vem. Queremos provar a inocência do Josias o mais rápido possível”, afirmou Josemar Berçot Junior.
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